ADF 25 ANOS!
Entrevista com a diretora de fotografia Paola Rizzi, ADF
Por Danielle de Noronha
Em 2021, a Asociación de Autores de Fotografía Cinematográfica Argentina (ADF) comemora 25 anos. Retomando a identidade e os princípios da histórica associação “ADF”, fundada na década de 1940 por importantes profissionais da direção de fotografia argentina, a associação foi criada em 1996 a partir da necessidade de troca de informações e experiências sobre o setor por profissionais da cinematografia no país.
Para conhecermos um pouco mais dessa história e das principais atividades desenvolvidas pela ADF, conversamos com a diretora de fotografia Paola Rizzi, ADF, atual presidenta da associação.
Paola, para começar, poderia nos contar um pouco sobre sua trajetória no cinema e no audiovisual?
Comecei a tirar fotos quando era adolescente, depois estudei fotografia fixa. Aos 20 anos já trabalhava profissionalmente com várias publicações de revistas. Quando a Fuc (Universidad del Cine) abriu eu me inscrevi e já sabia desde o início que queria ser DF, esse foi o único ano que o professor Felix Chango Monti deu aulas, e eu estava lá. Durante os meus estudos fiz cerca de 20 curtas-metragens como Diretora de Fotografia, tanto em preto e branco como em cores. Profissionalmente, continuei como diretora de fotografia de videoclipes e assistente de câmera. Mais tarde, como DF de longas-metragens de ficção e publicidade. Desde 1997 sou professora de direção de fotografia em várias universidades.
Quando você ingressou na ADF e o que a levou a tomar essa decisão?
Entrei para a ADF o mais rápido que pude de acordo com o Estatuto, ou seja, com dois longas-metragens lançados em cinemas comerciais. Não me lembro exatamente do ano. No início deste século.
Para que possamos conhecer um pouco mais sobre a história da associação, qual era o contexto em que surgiu a ADF há 25 anos e quais os seus principais objetivos?
A ADF, Autores da Fotografia Cinematográfica Argentina, surge como uma iniciativa para tratar do tema da autoria, bem como para a troca de experiências e informações entre colegas. Naquela época, acabava de sair a nova lei do cinema, que ainda segue vigente, e a produção cinematográfica crescia cada vez mais.
Na sua opinião, quais são as principais conquistas da associação nos últimos anos e o que falta fazer?
Entre as principais realizações temos o que primeiro foi uma revista e, há alguns anos, se transformou em umanuário, no qual os filmes produzidos durante o ano são revistos com os respectivos diretores e diretoras de fotografia, bem como novidades técnicas. Aos 10 anos, a ADF também produziu e escreveu um livro sobre a história da direção da fotografia no cinema argentino. Ainda foram realizados em todos esses anos numerosos workshops e oficinas. O número de pessoas associadas aumenta a cada dia e esse crescimento nos faz ouvir cada vez mais experiências.
Nossas redes cresceram muito como consequência do fechamento de 2020 devido à pandemia. Fizemos cerca de 45 lives no Instagram e Facebook com os mais diversos temas e pessoas da comunidade cinematográfica, tanto nacional como internacionalmente. Também foi criado um grupo de trabalho em conjunto com outras associações de outras áreas.
Além disso, há o Festival ADF de e para diretores e diretoras de fotografia, a participação constante na Caper(Cámara Argentina de Proveedores y Fabricantes de Equipamiento Audiovisual Profesional), a atribuição de prêmios a melhor direção de fotografia no âmbito de diversos festivais nacionais e internacionais, como o Festival de Mar del Plata.
Também podemos citar a criação da FELAFC (Federação Latino-americana de Autores de Fotografia Cinematográfica) e a associação à IMAGO (International Federation of Cinematographers).
Por fim, há a criação do Comitê de Gênero. Nesse sentido, há uma maior inclusão das mulheres, então já estamos trabalhando em um novo estatuto que está em andamento. Principalmente, os requisitos para ingressar na associação serão modificados e modernizados. E, pela primeira vez, uma mulher presidenta em uma associação na qual somos apenas 16% mulheres.
Que mudanças ocorreram na cinematografia na Argentina nesses anos e qual foi a contribuição da ADF para essas mudanças?
Por um lado, a cinematografia argentina, como a do resto do mundo, passou e passa por constantes mudanças tecnológicas e, por outro, hoje as séries têm ocupado um lugar importante, o que também leva a constantes mudanças no que diz respeito ao trabalho. A ADF colabora todos os dias ao promover diversas conversas, oficinas e workshops sobre novas tecnologias e formas de trabalho, essenciais para os dias de hoje.
Como mencionou, você é a primeira mulher a ser eleita como presidenta da ADF. Quais são os principais objetivos da sua gestão?
Fortalecer a associação financeiramente tem sido um dos meus objetivos, adicionamos um grande número de sócios protetores e agora nos tornamos independentes do auxílio estatal. Acredito que com mais dinheiro podemos produzir mais atividades e encontros, que são sempre importantes para continuar crescendo. Conseguir que mais mulheres venham e participem continua sendo um dos meus objetivos mais importantes.
Em relação à FELAFC, como você vê a criação da federação e qual a sua importância para aproximar a cinematografia da América Latina?
Pessoalmente, a FELAFC é um excelente espaço para partilhar as nossas opiniões e experiências. Fortalecer esse espaço me parece essencial.
O que você espera do futuro da ADF?
Que continue a crescer e que seja um local de especialização profissional. E, mais mulheres.
Há algo mais que você gostaria de acrescentar?
Obrigada por isso!